‘Não há melhor sentimento no mundo do que voltar para os meus filhos depois de uma grande viagem”, escreveu Clarissa Ward em recente post no Instagram. Nas fotos, ela aparece com Ezra, 3 anos, e Caspar, 1 ano, e também com seu marido, o conde alemão Philipp von Bernstorff.
No momento, a correspondente da CNN deve sonhar com novo retorno à família. Está na cidade mais insegura do planeta hoje: Cabul, tomada no fim de semana pelo Talibã, grupo fundamentalista islâmico que prega a guerra contra o Ocidente.
Ao longo do domingo (15), Clarissa fez várias entradas ao vivo na emissora de notícias para detalhar a situação na capital do Afeganistão após o presidente Ashraf Ghani deixar o País às pressas. O colapso é consequência da saída das tropas americanas que estavam no território desde 2001.
Abrigada em um prédio, a jornalista relatou ter visto vários colegas de imprensa fugirem às pressas com medo de morrer. Os talibãs odeiam jornalistas. Entre as vítimas fatais de atentados nos últimos anos estão o radialista sueco Nils Horner, a repórter canadense Michelle Lang e dois fotógrafos vencedores do prêmio Pulitzer (o Oscar do jornalismo), a alemã Anja Niedringhaus e o indiano Danish Siddiqui.
Em Nova York, o âncora Brian Stelter demonstrou preocupação com a segurança de Clarissa Ward. “Está tudo bem, estamos bem”, disse a jornalista de 41 anos. Ex-correspondente em Moscou e Pequim, ela já esteve em perigo outras vezes.
Acima, Clarissa usando hijab ao entrevistar combatentes do Talibã; abaixo, transmissão em “esconderijo” de Cabul – Foto: Reprodução/CNN
Cobriu conflitos em Israel, na Palestina, no Líbano, em Mianmar e passou um tempo no Iraque. Em Aleppo, na Síria, ficou na mira de atiradores e a poucos metros de áreas bombardeadas. Enquanto Clarissa se arrisca em Cabul para informar os telespectadores, o marido dela cuida dos filhos do casal em Londres, onde moram.
Outro correspondente enviado pela CNN a Cabul é Nick Paton Walsh, especialista em segurança. Em maio de 2020, ele esteve em São Paulo para mostrar a situação caótica da pandemia no Brasil.
O jornalista britânico visitou a favela de Paraisópolis, na zona sul. Ao percorrer as vielas, mostrou a dificuldade dos moradores pobres da comunidade de cumprirem o distanciamento social e os protocolos sanitários. Destacou ainda o caos em hospitais e cemitérios.
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