Com a Covid-19, boa parte dos nossos hábitos teve de ser revistos e a forma de se consumir cultura é, sem dúvida, uma das mais afetadas. No cinema, as principais companhias ainda discutem como os lançamentos devem ser feitos neste momento e como eles serão no futuro.
Atualmente várias produtoras gigantescas tem optado cada vez mais por adiar o lançamento de suas produções, o que acaba se justificando por conta da diminuição de salas abertas em todo o mundo, vamos usar de exemplo a Disney que adotou por estratégia adiar várias de suas produções que caso lançassem em meio ao ápice da pandemia um blockbuster como “Viúva Negra”, que teve um custo de cerca de U$ 200 milhões, e que facilmente ultrapassaria meio bilhão em bilheteria. Por conta da atual situação, e mesmo com os adiamentos, o filme acabou tendo uma bilheteria de U$ 379,6 milhões, o que é uma arrecadação relativamente boa pelas estimativas pós-pandemia, mas ainda longe do padrão Marvel.
Dos que se arriscaram e optaram pelo lançamento de suas produções em meio ao isolamento, o que se vê é uma verdadeira quebra de expectativas, bilheterias como “Tenet”, do consagrado diretor Christopher Nolan e que também amargou vários adiamentos, teve sua estreia em agosto do ano passado e arrecadou apenas US$ 363,7 milhões de bilheteria mundial, sendo pouco mais de 80% deste valor graças ao desempenho na Ásia e na Europa. De certa forma é um valor considerado baixo para grandes produções e ainda mais em um filme dirigido por Christopher Nolan.
Neste cenário, vários estúdios têm optado por lançar suas produções diretamente nos serviços de streaming como foi com o filme “Mulan”, que tinha tudo para ser um dos grandes lançamentos das telonas, mas acabou sendo lançado direto na plataforma de streaming Disney+. Dados da Bloomberg sugerem que a alternativa foi bem-sucedida, mas seria o suficiente para suprir os lucros com bilheteria?
O público está pronto para retornar aos cinemas?
Recentemente a taxa de vacinação em jovens teve uma crescente. Em Gurupi já é comum ter adolescentes de 14 anos que tomaram o imunizante, com esse fator as pessoas começaram a voltar às suas práticas antes da pandemia, e aos poucos o sentimento de segurança vai retornando.
“Me sinto muito feliz em saber que vou poder me sentir segura ao voltar no ambiente que tanto amo, o cinema. Com o processo de vacinação avançando, poderemos retomar nossas atividades, estar do lado de pessoas especiais e apreciar a sétima arte, até mesmo ao lado de entusiastas como eu mesma, que choram, aplaudem e sentem a emoção do cinema na pele”, declarou Aline Marques, jornalista que também é amante das telonas.
Com o número de pessoas vacinadas cada vez maior, o público vem se sentindo mais seguro para retornar as salas de cinemas. Muito se comenta sobre as medidas de segurança que os estabelecimentos devem tomar para retomarem seus atendimentos. No caso do cinema, essas normas são um pouco mais rígidas, tais como: realização de sessões com maiores intervalos de tempo, espaçamento entre as poltronas, e o uso de máscaras e álcool gel.
A venda dos ingressos pela internet ou máquinas de autoatendimento também é aprovada e vista como um meio seguro. Os pisos agora possuem marcações para evitar aglomerações e também é proibida a concentração de grupos com mais de seis pessoas, o álcool gel deverá estar sempre à disposição dos usuários.
Para a gerente administrativa da rede Mobi Cine de Gurupi, Ariane Bertulane, a vacinação tem sido essencial para o local voltar à movimentação habitual. “Olha, antes da vacinação, estávamos com expectativa zero do cinema voltar a todo vapor, mas depois que começou a vacinação em massa, o público perdeu o medo por ser ambiente fechado e climatizado. O pessoal tá voltando sim, cada dia mais”.
A gerente também acredita que essa volta se deve a população que já está superando a fase do isolamento. “Mas também creio que não seja só pela vacinação, mas um conjunto de fatores. A pandemia está mais estabilizada, o pessoal já não aguenta mais ficar em casa, as pessoas estão aprendendo a lidar com o vírus”, ressaltou Ariane.
Por Rodrigo Borges - Acadêmico de Jornalismo UnirG