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Cinco dicas para ser bem-sucedido em ‘inovação aberta’

Especialistas explicam como empresas com inovação aberta utilizam recursos externos para ganhar competitividade e ainda disponibilizam ideias para ...

Por: Nathaly Guimarães Fonte: Agência Dino
28/09/2022 às 16h00

A ‘inovação aberta’ é um conceito que defende um fluxo de ideias externas e internas num processo colaborativo. Ao contrário de empresas tradicionais, que investem em grandes talentos, mas ficam reféns da própria capacidade intelectual e financeira para tocar seus projetos, nesse modelo de inovação a fronteira entre uma empresa e seu ambiente é bem mais porosa. De acordo com um dos principais teóricos no assunto, Henry Chesbrough, tanto é possível comercializar ideias e soluções produzidas internamente, como também é viável trazer ideias externas para serem produzidas internamente por meio de determinados tipos de acordo.

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“Muitos projetos de pesquisa para empresas modernas são baseados em um tipo de lógica centralizada internamente que não é mais adequada para o atual cenário empresarial globalizado. No passado, o alto custo significava que somente poucas e grandes corporações poderiam assumir a maioria dos pedidos de P&D em seu setor específico, deixando de fora empresas menores”, diz Chesbrough.

Pesquisa apresentada pela Ernst & Young com 500 executivos norte-americanos mostra que, para aumentar a inovação, 44% dos líderes entrevistados revelaram que dão incentivos para realizações inovadoras, 43% apoiam workshops ou treinamentos externos e 42% oferecem uma atividade focada em inovação ou eventos como hackathons. Segundo Chesbrough, essas novas dinâmicas estão redefinindo como as pessoas trabalham, se relacionam, se comunicam e aprendem. Com isso, grandes e tradicionais marcas estão se tornando mais abertas a disruptores que desafiam seus produtos, serviços e modelos de negócios.

De acordo com Rodrigo Miranda, especialista em inovação e diretor de operações da G.A.C. Brasil, o ritmo da inovação aberta é muito mais veloz do que os modelos de inovação fechados e deve, no mínimo, influenciar mudanças nesse sentido. Portanto, sinergia é fundamental para um país que ainda tem muito a investir em inovação. “É possível combinar esforços conjuntos de iniciativas internas e externas – portanto, terceirizadas – durante o processo de desenvolvimento de produtos e serviços. O importante é permitir que o conhecimento de valor possa fluir para criar oportunidades de cooperação entre parceiros, clientes e fornecedores”.

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Segundo o consultor, um estágio de maior cooperação pode ser atingido abrindo canais de comunicação com clientes e fornecedores, investindo em uma base global de geração de conhecimento, fazendo parcerias com startups, universidades, investidores, aceleradoras e incubadoras. Todos eles se combinam para criar um ecossistema de inovação. Mas é preciso estar atento e não perder o foco. A seguir, Miranda compartilha cinco insights para quem quer ser bem-sucedido em inovação aberta:

  1. Conhecer bem o ecossistema interno de inovação. “Uma boa estratégia é conhecer profundamente o ecossistema interno de inovação – o que implica em saber exatamente com quais recursos a empresa conta, sejam eles intelectuais, organizacionais ou financeiros – e conseguir filtrar do ambiente externo aquilo que permitirá, através de parcerias colaborativas ou contratos, chegar a uma solução comercial”.
  2. Fazer parcerias com universidades. “O potencial acadêmico nacional ainda é bem pouco aproveitado pela iniciativa privada. Embora grandes invenções tenham surgido de parcerias entre a indústria e a universidade, como carros e telefones, no Brasil ainda são poucas as empresas de capital fechado que estabelecem contratos de cooperação com instituições de ensino e pesquisa – o que é uma falha. Afinal, uma única e brilhante ideia pode inserir a empresa no mapa da economia global”.
  3. Estabelecer acordos com startups. “Não dá para desconsiderar que as startups têm o poder de fazer acontecer. Afinal, geralmente reúnem gente jovem e cheia de ideias, são enxutas e simplificadas em termos estruturais. Grandes empresas, por sua vez, trazem o peso da consolidação. Ou seja, nada deve ser feito rapidamente, já que são muitos os componentes envolvidos em aprovação e produção – sem contar que há certa resistência à tomada de riscos. Sendo assim, muitas empresas tradicionais têm destacado um departamento de inovação que estabelece parcerias com startups para codesenvolver projetos e testar ideias”.
  4. Recrutar mentes inovadoras. “Uma importante parcela da responsabilidade na formação de um time inovador vem do RH (recursos humanos). Quando a empresa tem objetivos claros, é preciso se cercar de todas as garantias possíveis para concretizá-los, e isso não se limita a recrutar apenas profissionais que tenham ideias inovadoras, mas, também, perfis motivados a fazer com que a inovação seja desenvolvida, pessoas que agreguem valor à organização e sejam propagadoras da cultura de inovação. De todo modo, tem valor contar com profissionais de mente aberta, pessoas com boa bagagem cultural e que estão sempre dispostas a trocar ideias. Ao contrário, quando se tem uma equipe que julga já saber tudo, que é avessa a mudanças, que não está disposta a assumir riscos, nem se abrir para a cooperação, isso se transforma num importante bloqueador de qualquer processo de inovação”.
  5. Conhecer e participar de programas de fomento à inovação. “Não é à toa que grandes empresas têm criado departamentos especificamente voltados à inovação, integrados às atividades e necessidades das demais áreas da empresa, com a missão de manter um olho no futuro e outro nas oportunidades à sua volta. Mas isso não quer dizer que, mesmo sem um departamento específico, uma equipe não possa estar atenta a tudo o que possa ajudar no processo de P,D&I. Nesse sentido, é importante conhecer e buscar sempre atualizações em relação à Lei do Bem (Lei 11.196/05), Lei da Informática (Lei 13.969/19), Rota 2030 (Lei nº 13.755/2018), e aos editais das diversas agências nacionais e regionais de fomento, como Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), Embrapii (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial), Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), Fundep (Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa), e Banco do Nordeste”.

 

Fonte: Rodrigo Miranda, especialista em inovação e diretor de operações da G.A.C. Brasil.

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