Nesta quarta-feira (27), a Câmara Municipal de Palmas aprovou novos valores de remuneração para o prefeito, vice-prefeito e secretários municipais. Os salários, que entrarão em vigor no mandato de 2025 a 2028, terão revisões anuais, sempre em janeiro. A aprovação foi unânime entre os vereadores.
Atualmente, conforme dados do Portal da Transparência, os subsídios são de R$ 32.618,07 para a prefeita, R$ 25.884,86 para o vice-prefeito e R$ 20.554,32 para os secretários. Com a mudança, os valores serão os seguintes:
Os salários dos secretários também serão aplicados aos presidentes de autarquias e cargos equivalentes do poder executivo.
Tramitação na Câmara
O presidente da Comissão de Finanças, vereador Eudes Assis (PSDB), solicitou um prazo para que a comissão realizasse um estudo técnico e emitisse um parecer detalhado sobre o impacto financeiro das alterações. Entretanto, o pedido foi negado, e a quebra de prazos regimentais foi aprovada em plenário. Assim, o projeto foi votado em primeiro turno na terça-feira (26) e, em caráter definitivo, na sessão de quarta-feira (27).
Comparativo com o Executivo Estadual
Com os novos valores, os subsídios do executivo municipal superam os praticados pelo Governo do Tocantins. Atualmente, o governador Wanderlei Barbosa recebe R$ 31.216,71, enquanto o vice-governador Laurez Moreira recebe R$ 19.978,69. Os secretários estaduais têm remunerações em torno de R$ 23 mil.
Impacto no orçamento municipal
Os reajustes nos subsídios trarão um aumento significativo nas despesas do município. A medida surge em um momento de desafios econômicos, com demandas crescentes em áreas como saúde, educação e infraestrutura.
Especialistas em contas públicas alertam que o equilíbrio entre despesas administrativas e investimentos em serviços essenciais para a população deve ser uma prioridade.
Reação da população e economistas
A decisão gerou reações imediatas. "A justificativa para esses aumentos não foi apresentada de forma clara. Enquanto a população lida com inflação e dificuldades financeiras, os líderes políticos priorizam seus próprios reajustes", criticou um economista ouvido pela reportagem.
Nas redes sociais, moradores expressaram indignação. “As escolas precisam de reformas, os postos de saúde estão sobrecarregados, mas o foco está nos salários dos políticos”, comentou um cidadão.
Falta de transparência no processo
Outro ponto de crítica foi a ausência de debates amplos ou consultas públicas antes da aprovação. A medida foi aprovada de forma rápida, sem oposição parlamentar, levantando suspeitas sobre possíveis acordos internos.
Conclusão
A decisão da Câmara Municipal prioriza os reajustes salariais do executivo em um momento que clama por austeridade e planejamento. Para muitos, fica a sensação de que, enquanto os líderes políticos garantem seus benefícios, a população de Palmas arcará com mais um peso financeiro.
(Reportagem: Alessandro Ferreira / Agência Tocantins)
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