Em uma medida intempestiva na última quarta-feira, 3, no dia em que assumiu temporariamente o comando do Governo do Estado, Laurez Moreira (PSD) exonerou todos os 50 secretários e presidentes de autarquias durante uma entrevista coletiva, o que já está gerando muita apreensão entre os fornecedores e pode prejudicar o atendimento ao público.
Mesmo com a nomeação de alguns titulares como na Saúde e Educação, a tendência é que leve semanas ou até meses até os novos titulares se inteirarem dos procedimentos administrativos e financeiros para só então tentar retomar a regularidade de ações e pagamentos que vinha sendo mantida pelo governador Wanderlei Barbosa e seus auxiliares.
Um dos pontos mais sensíveis é o Servir, plano de saúde dos servidores públicos estaduais, que foi reformulado, melhorado e ampliado nos últimos quatro anos, mas que em caso de atraso os prestadores de serviço ameaçam paralisar os atendimentos imediatamente. O plano é gerido pela secretaria da Administração, que ainda não tem sequer um titular.
A saúde da população é outro ponto de atenção, pois remédios, órteses e próteses, têm uma quantidade limitada nos estoques estaduais. E em caso de atraso nos pagamentos os fornecedores tradicionalmente suspendem o fornecimento de novos equipamentos e insumos, o que pode acabar gerando o caos na saúde estadual.
Fornecedores que estão tentando contato com os novos secretários afirmam que não estão sendo recebidos e nem sequer mensagens de áudio e texto tem sido respondidas, o que tem deixado todos em estado de apreensão.
Outra área sensível é a comunicação, que desde a chegada do agora ex-secretário Márcio Rocha, em maio de 2022, vinha sendo muito prestigiada, com várias campanhas publicitárias, que não só deram uma nova cara para a gestão estadual, como incentivaram diretamente diversas áreas, como o turismo, que vem batendo recordes sucessivos de turistas e arrecadação. Produtoras, Agências e os departamentos financeiros dos veículos de comunicação já demonstraram preocupação com a paralisação das ações.
Secretarias importantíssimas, como a do Planejamento, responsável pelo orçamento do governo do estado permanecem sem titular, tendo como responsáveis os servidores de segundo escalão, que não têm nenhuma autonomia para realizar as políticas públicas necessárias.