
O Governo do Tocantins alcançou um marco inédito na área da saúde ao realizar, na última sexta-feira (12), a primeira irradiação de hemácias destinada ao atendimento de pacientes que necessitam de componentes sanguíneos com critérios especiais de segurança. O procedimento foi executado pela clínica de Radioterapia Irradiar, contratada pela Secretaria de Estado da Saúde (SES-TO), para atender à Hemorrede Tocantins.
A irradiação de hemácias é uma técnica utilizada para aumentar a segurança transfusional, sobretudo em pacientes com maior vulnerabilidade imunológica. O procedimento tem como finalidade inativar células de defesa residuais que podem estar presentes no sangue, reduzindo o risco de reações graves associadas à transfusão.
Entre os grupos beneficiados estão pacientes onco-hematológicos, pessoas submetidas a transplantes, recém-nascidos em situações previstas em protocolo e pacientes com imunodeficiências, que demandam cuidados rigorosos no uso de hemocomponentes.
O secretário de Estado da Saúde, Carlos Felinto, destacou a importância da iniciativa para o Sistema Único de Saúde no estado. Segundo ele, a implantação do procedimento representa um avanço significativo na assistência prestada à população. “Esse marco é resultado de investimento público, planejamento e inovação tecnológica, priorizados pelo governador Wanderlei Barbosa, além do empenho dos profissionais que atuam diariamente na rede de saúde”, afirmou.
A superintendente da Hemorrede Tocantins, Pollyana Gomes, explicou que o procedimento não compromete a qualidade do sangue.
“Irradiar as hemácias não altera sua função principal, que é transportar oxigênio. O que a irradiação faz é inativar células de defesa residuais que, em alguns perfis de pacientes, podem causar uma reação rara, porém extremamente grave, conhecida como doença do enxerto contra o hospedeiro associada à transfusão”, explicou.
Segundo a superintendente, a implantação da técnica no SUS tocantinense também fortalece a capacidade técnica e a autonomia operacional da Hemorrede, garantindo mais agilidade e previsibilidade no atendimento aos pacientes que dependem do serviço. “Cada detalhe do cuidado importa, e a irradiação é um desses cuidados que salvam vidas, prevenindo complicações severas”, acrescentou.
Além do benefício clínico direto, a adoção do procedimento reduz riscos logísticos e amplia a capacidade de resposta da rede pública de saúde em situações em que o tempo é decisivo, elevando o padrão de segurança, rastreabilidade e qualidade dos serviços transfusionais ofertados à população.
Reportagem: Patrícia Alves / Agência Tocantins