Notícias de Nova Olinda — A Polícia Civil do Tocantins, por meio da 33ª Delegacia de Nova Olinda, concluiu nesta sexta-feira (28) um inquérito policial que investigava a criação e administração de um perfil anônimo no Instagram, denominado @memenovaolinda. A página vinha sendo utilizada para disseminar conteúdos criminosos e prejudicar moradores da cidade, que tem aproximadamente 11 mil habitantes.
A investigação foi conduzida pelo delegado Fellipe Crivelaro, que apurou que, desde a criação do perfil, em janeiro de 2024, diversas vítimas procuraram a delegacia para registrar boletins de ocorrência contra o administrador da página.
“O perfil era responsável pela prática de vários delitos, incluindo difamações, calúnia e até a divulgação de cena de estupro, nudez ou sexo. Para uma cidade pequena, como Nova Olinda, isso gerou transtornos significativos, podendo ter consequências graves como tentativas de homicídio, mudanças de endereço, divórcios e até suicídios”, destacou o delegado.
Caso de maior repercussão
Dentre os crimes apurados, um dos mais graves foi a divulgação de uma cena de estupro envolvendo uma moradora da cidade. O autor do crime sexual foi identificado, preso e também indiciado por divulgar cenas de estupro, conforme previsto no artigo 218-C do Código Penal.
Diante da gravidade dos fatos, em dezembro de 2024, a Polícia Civil solicitou judicialmente a remoção do perfil @memenovaolinda da plataforma Instagram. Agora, com a conclusão das investigações, o responsável pela página foi identificado e indiciado.
Denúncias e medidas legais
O delegado Fellipe Crivelaro enfatizou que, conforme o artigo 20 do Código Civil, a exposição da identidade do indiciado é permitida quando necessária à administração da Justiça. Isso possibilita que as vítimas dos crimes praticados pelo investigado busquem indenização na esfera cível ou ingressem com queixa-crime na esfera penal.
Com a individualização da autoria dos crimes, a Polícia Civil orienta que eventuais vítimas que ainda não registraram ocorrência compareçam à unidade policial para formalizar as denúncias.
Finalizado, o inquérito será encaminhado ao Poder Judiciário e ao Ministério Público, que avaliarão as medidas legais cabíveis contra o indiciado.
(Reportagem: Allessandro Ferreira / Agência Tocantins)