Augustinópolis - TO | Um homem identificado como João Paulo dos Santos Silva, 28 anos, morreu na manhã desta sexta-feira (6) durante confronto com policiais militares na região do Bico do Papagaio. O incidente ocorreu no contexto da Operação Prophylaxis, desencadeada pela Polícia Civil para desarticular uma facção criminosa que tentava se estabelecer em municípios da região do Bico do Papagaio.
Segundo informações apuradas pela reportagem da Agência Tocantins, João Paulo era um dos alvos da Operação Prophylaxis com dois mandados de prisão em aberto e também era investigado suspeito de dar apoio a integrantes da facção carioca, que teriam realizado ameaças graves contra autoridades judiciais, membros do Ministério Público e agentes de Segurança Pública no Tocantins.
Durante o cumprimento de ordens judiciais, o suspeito reagiu à abordagem de uma equipe da Força Tática do 9º BPM, efetuando disparos de arma de fogo contra os policiais. Em resposta, os agentes reagiram à agressão.
Após ser baleado, o confronto foi cessado, e os militares acionaram uma ambulância do município para prestar socorro ao suspeito. Contudo, ele não resistiu aos ferimentos e morreu no local.
No imóvel onde João Paulo estava escondido, foram apreendidos entorpecentes como crack, maconha e cocaína, além de uma arma de fogo utilizada no ataque. Também foi encontrado um caderno com anotações detalhadas sobre o tráfico de drogas, indicando uma movimentação financeira significativa relacionada ao crime.
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O local foi periciado, e o corpo foi removido para o Instituto Médico Legal (IML) pela equipe da Polícia Civil. Após a realização dos procedimentos de praxe, no local da ocorrência, os militares da Força Tática compareceram na delegacia da Polícia Civil para o registro da ocorrência de morte por intervenção de agentes do estado durante serviços.
Operação Prophylaxis
A operação, coordenada pela Polícia Civil com o apoio do Grupo de Operações Táticas Especiais (GOTE), do Ministério Público e da Polícia Militar, contou com a participação de mais de 80 agentes. Foram cumpridos 30 mandados judiciais, sendo 16 de prisão preventiva e 14 de busca e apreensão, nas cidades de Augustinópolis, Carrasco Bonito, Praia Norte e Axixá do Tocantins.
De acordo com o delegado Jacson Wutke, responsável pela ação, a facção criminosa estava em estágio inicial, mas já praticava crimes como tortura e tráfico de drogas, além de contribuir para o aumento da violência na região.
“A organização tentava ocupar o espaço deixado por outra facção, desarticulada na Operação Absterge, realizada em 2022. Naquela ocasião, mais de 30 membros foram presos e condenados a penas que, somadas, ultrapassam 700 anos de prisão”, explicou o delegado.
Wutke também ressaltou a importância de impedir a consolidação da nova facção. “O grupo, vinculado a uma organização carioca, representava uma grave ameaça à segurança pública, com potencial para causar instabilidade, como observado em localidades vizinhas nos estados do Maranhão e Pará. Nosso trabalho integrado visa assegurar que Augustinópolis continue sendo uma cidade tranquila e segura para viver”, declarou.
Os presos na operação foram encaminhados à Unidade Prisional de Augustinópolis, onde permanecerão à disposição do Poder Judiciário. As investigações seguem sob a condução do delegado Jacson Wutke, que realizará os interrogatórios e demais diligências necessárias.
(Reportagem: Alessandro Ferreira / Agência Tocantins)