A Polícia Militar do Tocantins desarticulou uma fábrica clandestina de cigarros em Dianópolis, no sudeste do estado, onde operava um suposto grupo internacional de falsificação de cigarros, de origem paraguaia. Durante a operação, que aconteceu neste domingo (27), dois homens armados morreram em confronto com a PM após fugirem para uma área de mata e resistirem à abordagem dos policiais.
A estrutura clandestina foi descoberta após troca de informações entre as polícias de Pernambuco, Bahia e Tocantins. O local funcionava como uma fábrica completa, com maquinário e insumos para a produção diária de até 1 milhão de cigarros falsificados. Segundo apurações, trabalhadores paraguaios eram trazidos para o galpão e, supostamente, mantidos sob vigilância, proibidos de sair até o término da produção para não levantar suspeitas.
A operação ocorreu no momento em que os produtos estavam prontos para distribuição, e os trabalhadores não estavam no local. Os policiais apreenderam grandes quantidades de cigarros, caminhões e equipamentos utilizados na fabricação dos produtos, avaliados em mais de R$ 50 milhões. "Desarticulamos uma organização criminosa internacional que vinha se estabelecendo no Tocantins", destacou o Coronel Márcio Antônio Barbosa de Mendonça, Comandante-Geral da PM do Tocantins.
Um terceiro suspeito, que tentou se esconder na mata junto aos supostos seguranças, foi preso. Em depoimento, ele revelou que o grupo era paraguaio e trazia trabalhadores do país vizinho. "As pessoas ficavam em situação análoga à escravidão, em condições sub-humanas e proibidas de deixar o galpão", informou o Coronel Barbosa.
A estrutura da fábrica foi encontrada na zona rural de Dianópolis, próximo ao Projeto Manoel Alves, e incluía alojamentos com capacidade para 18 pessoas. A PM prossegue com as investigações para identificar outros envolvidos e mapear possíveis ramificações do grupo na região.
Produtos apreendidos:
As embalagens dos produtos exibiam logotipos falsificados, entre eles “Meridian,” “Holland Jeck,” “Classis,” e “Zen,” marcas populares no mercado paraguaio. Além disso, toda a contabilidade encontrada era registrada em língua castelhana, indicando conexão direta com o Paraguai. Estima-se que a fábrica tivesse uma capacidade de produção de 10 mil maços de cigarro por dia, configurando um significativo esquema de contrabando que gerava elevados prejuízos ao país, tanto pela evasão fiscal quanto pelo risco à saúde pública.
A produção, feita sem qualquer licença, era mantida em condições insalubres e precárias, configurando trabalho análogo à escravidão. A operação da Polícia Militar do Tocantins reafirma seu compromisso em combater o crime organizado, garantindo a segurança e a integridade da população.
A Polícia Federal (PF) foi acionada para realização dos procedimentos relativos aos crimes de contrabando, produção e comercialização ilegal de produtos, além das investigações sobre a suposta denúncia de trabalho análogo à escravidão. A PF fez a perícia, contagem e apreensão de todo material apreendido, além do flagrante do indivíduo preso durante a Operação.
O que diz o comando da PM
O Comandante-Geral da Polícia Militar do Tocantins, coronel PM Márcio Antônio Barbosa, acompanhou a Operação no local e destacou a ação exitosa das equipes envolvidas. “Esta operação representa mais um marco no compromisso da Polícia Militar do Tocantins em combater o crime organizado e proteger a nossa sociedade. Graças ao trabalho incansável de nossas equipes e ao apoio fundamental das Polícias Militares da Bahia e de Pernambuco, conseguimos desarticular uma quadrilha internacional e apreender uma enorme quantidade de cigarros e insumos ilegais, prevenindo danos à saúde pública e prejuízos econômicos ao país”, destacou.
“Esse resultado evidencia a importância do compartilhamento de informações e da atuação integrada entre as forças de segurança. A união de esforços e a troca de informações nos tornam mais fortes e preparados para enfrentar ameaças que atravessam fronteiras. Parabenizo todos os policiais envolvidos pela dedicação e pela coragem demonstrada, destacando que operações como esta reafirmam a confiança da sociedade em nossa instituição e o compromisso da PMTO em garantir a segurança e a justiça para o Tocantins e o Brasil”, finalizou o comandante.
(Reportagem: Alessandro Ferreira / Agência Tocantins)
Mín. 24° Máx. 35°